Pautas individuais e coletivas style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Existem inúmeras confusões sobre o universo político, várias já citadas aqui neste espaço, mas dentre todas, uma das mais nocivas é o tratamento privativo de pautas coletivas, visto que este encaminhamento político leva, inevitavelmente, ao esvaziamento político de determinadas pautas. Um exemplo muito simples e triste é o de algumas pessoas que tratam em uma situação de estupro, como se o problema estivesse na vítima e não na ocorrência absurda deste crime em solo nacional - lembrando que o Brasil como um dos piores países do mundo para se nascer mulher devido à violência que sofrem e a que estão expostas. Ao invés de atacar a raiz da questão que leva a esse tipo de crime, individualizamos o problema e a vítima acaba sendo penalizada inúmeras vezes. CONFUSÃO PÚBLICO E PRIVADO O discurso de individualização de questões sociais atinge níveis variados e gera profunda confusão. É comum ver pessoas virem a público desmerecendo movimentos sociais, como movimento negro, causa feminista e tantos outros evocando a liberdade individual como contraponto, com o discurso de que o determinado movimento social impõe uma forma de pensamento. Nada mais equivocado. Um movimento social versa sobre questões na ordem coletiva, e trata de dimensões que um indivíduo sozinho não tem capacidade alguma de mudar na estrutura social. Um indivíduo que sofre uma agressão física por expressar sua sexualidade em público pode resolver o caso denunciando a polícia para prender o agressor, entretanto, isso não acabará com o problema do preconceito enraizado na sociedade. Um movimento social não diz como uma pessoa deve pensar, mas estabelece pautas políticas sobre pontos problemáticos que devem mudar na sociedade. Talvez uns dos debates políticos pouco travados no grande público seja justamente sobre a separação entre esfera pública e esfera privada. Esfera privada não é um "posso fazer qualquer coisa que eu achar que devo" (sic). Liberdade individual, através da visão de John Locke (que foi um dos maiores defensores da liberdade do indivíduo) é ter a liberdade de ação com responsabilidade. Responsabilidade é levar em consideração o coletivo, o que nos cerca como elemento imprescindível para pensar nossa ação. RELAÇÃO COM MOVIMENTOS SOCIAIS Um movimento social, em seu sentido de existência, visa ver aquilo que é imprescindível a uma boa existência de um determinado grupo, e lutar para que direitos sejam garantidos a aqueles que estão sob seu "guarda-chuva". Portanto, antagonizar um movimento social evocando liberdades individuais não faz o menor sentido, pois não é disto que se trata um movimento social. E tampouco, caso uma pessoa que em tese seria representada por um movimento social, não se sentir à vontade de participar dele por qualquer motivo, ela tem todo o direito de ignorá-lo enquanto indivíduo, mas não tem o direito de desmerecê-lo. .
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A estranha morte da EuropaRogério Koff style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> A Europa está cometendo suicídio". Com esta frase, Douglas Murray inicia um livro brilhante, chamado "The Strange Death of Europe" (A estranha morte da Europa). Já falei sobre Murray há cerca de duas semanas a propósito de outro livro, no qual tratou sobre políticas identitárias. A obra que comento hoje aborda as falhas das políticas migratórias na Europa. O fenômeno provoca significativa perda de valores fundados na tradição ocidental. Migrações ilegais fizeram a população muçulmana duplicar em dez anos. Negam assumir papéis na sociedade que escolheram e querem impor suas tradições aos europeus. Meninas muçulmanas matriculadas em escolas britânicas usam véus, são proibidas pelos pais de participarem de atividades como dança ou teatro e não se esforçam para aprender inglês. Mas isso é o mínimo. Lembremos tragédias recentes. Paris, 7 de janeiro de 2015: dois irmãos muçulmanos invadem a sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo por conta de sátiras consideradas ofensivas ao "profeta" Maomé. Saldo: 12 funcionários do jornal e dois policiais franceses assassinados. Paris, 13 e 14 de novembro de 2015: uma série de fuzilamentos em massa, atentados suicidas e explosões assumidos por muçulmanos radicais. O episódio mais grave acontece no teatro Bataclan. Saldo: 130 mortos, sendo 89 no Bataclan e cerca de 350 feridos. Nice, 14 de julho de 2016: Enquanto franceses comemoravam o Dia da Bastilha na orla da cidade ao sul da França, um caminhão conduzido por um tunisiano invade a pista e atropela centenas de pessoas. O Estado Islâmico assume o atentado. Saldo: 86 mortos e mais de 450 feridos. Londres, 22 de março de 2017: Um muçulmano avança com seu carro pela ponte de Westminster matando dois ingleses, um turista americano e um turista romeno, além de dezenas de feridos. Após tentar invadir o Parlamento, é morto pela polícia. Londres, 22 de maio de 2017: Um terrorista líbio detona uma bomba instantes antes do início de um show da cantora pop Ariana Grande, matando 22 pessoas, inclusive crianças. Londres, 3 de junho de 2017: três marroquinos em uma van investem contra pedestres na ponte de Londres. Descem do veículo e esfaqueiam diversas pessoas. Enquanto perpetuam a matança, gritam: "Isso é por Alá". Saldo: oito pessoas mortas e vários feridos. Nem mencionei o aumento significativo de estupros de mulheres na Suécia ou o fato de que noventa por cento dos crimes violentos recentes em Berlim são praticados por imigrantes. A ESQUERDA E MÍDIA Mas a esquerda e a mídia classificam intelectuais conservadores que clamam por controles rigorosos sobre migrações de "racistas" e "islamofóbicos". Murray não faz generalizações e afirma que existem pessoas decentes que emigraram para a Europa para fugir de regimes genocidas. Mas a abertura indiscriminada das fronteiras mostra que, na Inglaterra, entre 2001 e 2011, o número de muçulmanos cresceu de 1,5 milhão para 2,7 milhões de habitantes, impulsionados pelas fracas políticas de contenção e pelas ideologias do multiculturalismo. São revelações de um livro perturbador. Recomendo. |